Alavancagem: O que é e como funciona?

Alavancagem

Alavancagem é exatamente o que o nome diz: É uma causa cujo efeito é maximizar, no curto prazo, resultados com menor esforço. Usando um exemplo voltado mais para Finanças: Vamos imaginar que uma pessoa tem uma dívida de cartão de crédito mas surge uma oportunidade de compra de um produto que ela considera ser imperdível. Para adquirir esse produto ela vai lá e pega um empréstimo. Essa ação não deixa de ser uma alavancagem. Ela está tomando mais risco, alavancando suas dívidas para ter para si o produto o qual deseja.

Dentro do Mercado Financeiro é relativamente parecido.

Alavancagem, o que é?

É uma forma de investimento onde o valor investido é apenas uma fração (alguns ativos no Brasil tem alavancagem de até 500x a depender da corretora) do valor total do ativo. Em outras palavras, é uma maneira de aumentar a rentabilidade sem aumentar o aporte em iguais proporções.

Dentro do mercado Financeiro, alavancagem é um limite de crédito, conhecido como margem de garantia. Essa garantia é o exigido pela corretora para cobrir possíveis prejuízos que as operações possam trazer.

Vamos usar como exemplo o Mini Índice Futuro, que é o menor contrato do mercado futuro do Ibovespa. Atualmente cada mini contrato custa R$23.600, então, caso você não fosse operar alavancado, para cada mini contrato você teria que desembolsar esse valor. Hoje há corretoras que exigem uma margem de 40 reais para cada mini contrato de Índice, ou seja, você estará alavancado em 590x.

E qual o risco ou benefício que isso pode trazer? Digamos que o ativo se movimente 1%. Se você não estivesse operando alavancado, esse movimento de 1% lhe traria um retorno de R$236 para cada mini contrato. Como você está operando alavancado  você só precisaria de R$40,00 para coletar esses mesmos R$236, lhe trazendo um incrível ganho de quase 500% sobre o valor da margem. Parece impressionante não é mesmo? Enquanto o ativo se movimentou apenas 1% você obteve lucros 500% maiores.

Esses ganhos estratosféricos tendem a nublar a mente de muitos investidores com menor experiência e muitos não prestam atenção ao detalhe de que essa variação forte também vai contra a posição do investidor. O que quero dizer com isso?

Para entender melhor, vamos voltar um pouco ao que foi dito antes. Alavancagem é um limite de crédito, e esse limite de crédito é chamado Margem de Garantia. Caso você perca essa Margem, você perde o direito de utilizar esse Limite de Crédito. Em muitos casos, as corretoras fazem a zeragem da posição do cliente quando este está com 80% da margem já comprometida, para evitar que movimentos esporádicos de volatilidade causem prejuízos para as corretoras (pois são elas que arcam com o restante do valor cheio do contrato). É importante saber disso, mas para o próximo exemplo vamos desconsiderar, deixando como regra de que pode ser usado 100% da garantia.

Como estamos falando de uma margem de garantia de R$40 para operar um ativo de R$23.600, é extremamente necessário compreender que esses R$40 representam apenas 0,16% da movimentação desse ativo. Ou seja, se o ativo variar 0,16% contra sua posição você já terá perdido totalmente sua garantia e será zerado pela mesa de operações da sua corretora, só podendo retornar ao mercado após um aporte de uma nova margem de garantia.

E é aqui que mora o principal risco de quem opera extremamente alavancado. A variação média diária do mini índice fica em torno de 1,3% para cima ou para baixo, podendo chegar a 2 a 3% em dias mais anormais. Então, em um ativo com uma variação tão grande, esses 0,16% que sua Margem garantem não é o suficiente para você afirmar com clareza de que conseguirá ficar “vivo” até ter um retorno efetivo.

Provavelmente a esse ponto você não vê mais como tão impressionante assim aqueles ganhos de 500% visto que o risco para conseguir capturar esse movimento de 1% a seu favor sem sofrer um pequeno movimento de 0,16% contra você são enormes.

Na Alavancagem, o que posso usar como Margem de Garantia?

A alavancagem não precisa ser coberta exclusivamente com dinheiro. Aplicações feitas em títulos públicos ou privados e até mesmo investimentos feitos em ações podem ser usadas como garantia. Não é necessário resgatar os rendimentos desses ativos, eles vão continuar rendendo normalmente, porém, terão deduções caso o investidor tenha prejuízos em suas posições alavancadas.

E no caso de margens utilizadas através de ações, é necessário lembrar que ações tem variações relevantes diariamente, e uma variação negativa pode reduzir sua margem de garantia no decorrer dos dias e a depender do tamanho da posição alavancada, vai obrigar o investidor a aportar capital externo para equilibrar a balança.

Gustavo Barbosa

Gustavo Barbosa

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