Na ecologia existe uma expressão conhecida como mutualismo que é empregada para designar uma relação entre indivíduos onde todos aqueles que a compõem se beneficiam igualmente dessa interação, muito embora esses indivíduos possam viver tranquilamente longe uns dos outros. No mundo real, com os vínculos cada vez mais dinâmicos e breves da nossa sociedade, encontrar exemplos onde as interações são benéficas para todas as partes parecem ser raridades, principalmente se observada por olhos desatentos.
Seja entre países ou entre pessoas, as relações econômicas sempre tendem a caminhar para uma relação mutualística. Em condições ideais de mercado, vendedores e compradores negociam produtos, títulos e/ou serviços acordando um valor que será benéfico para todas às partes e com isso haverão ganhos. Para o vendedor será o lucro da venda, para o comprador a necessidade atendida com essa aquisição a um preço justo.
No mercado financeiro não é diferente. As relações de mutualismo é uma característica que rege todas as relações entre investidores e instituições. Cada vez que alguém resolve aplicar recursos no mercado, ele direciona esse capital para criação de valor, de riquezas, e o investidor é o grande responsável pela direção que o seu capital seguirá e com mais dinheiro no mercado maiores serão as possibilidades de ganhos para todos aqueles que investem.
Existem diversas formas de rentabilização disponíveis podendo os investidores escolherem por exemplo: pelo financiamento de obras do governo federal, por meio dos títulos do tesouro; por um empréstimo ao setor bancário, através dos CDB’s; pela especulação acionária, com a compra e venda de ações e índices; dentre muitas outras formas. Mas, como foi falado no início do artigo, não é somente o investidor quem ganha quando investe os seus recurso no mercado.
A capacidade de criação de riquezas na economia é infindável, e isso pode ser observado facilmente se compararmos o número de bilionários ao longo dos últimos 20 anos. Em 2000 eram 470 bilionários no planeta, hoje o número de pessoas com mais de 1 bilhão de dólares no mundo é de aproximadamente 2100 pessoas, um aumento de mais de 4 vezes do número de bilionários. Quando o seu dinheiro entra no sistema financeiro, todos aqueles que fazem parte do mercado se beneficiam com isso. A instituição que custodia o seus investimentos, a corretora que você mantém uma conta por exemplo, o banco emissor do seu CDB, a administradora do seu fundo de investimento, o investidor, que verá seus recursos se valorizarem e até os demais investidores ganham numa espécie de trabalho em equipe, uma relação mutualística.
Isso acontece porque assim como nas relações de mutualidade na natureza, as contrapartes também se beneficiam dos seus recursos. A roda da economia não é uma soma-zero, uma das partes não precisará perder para que a outra ganhe, no mundo financeiro ambas ganharão e isso é claramente observável. Características como liquidez, oferta de crédito, acesso a produtos financeiros e diversificação, são consequências do que a democratização do mercado traz a economia, não só no Brasil mas também no mundo. Quando há mais gente se beneficiando dos retornos que o mercado financeiro oferece maiores serão as possibilidades de ganhos e menores os riscos implícitos que o mercado trará, como risco de crédito e liquidez.
No Brasil cerca de 3 milhões de pessoas investem no mercado financeiro. Um número ínfimo se comparado aos mais de 220 milhões de estadunidenses que investem na bolsa dos EUA. Apesar de pequeno o número de investidores brasileiro dobrou nos últimos 3 anos e tende a crescer ainda mais, trazendo muito mais solidez ao mercado financeiro local e catapultando ainda mais os retornos de seus investidores fazendo todos aqueles que participam do mercado ganharem direta e indiretamente.
