Afinal o que é Taxa Selic? E a tal da Taxa Meta Selic, é a mesma coisa? E o CDI, onde entra?
Vamos aprofundar de forma simplificada o que significa cada uma dessas taxas, quais os
impactos delas na economia e quais interpretações um investidor pode tirar delas para seus
aportes.
Antes de falarmos mais detalhadamente sobre cada uma delas, vamos fazer a seguinte
definição: Taxa Meta Selic é definida por um comitê especial do Banco Central que se reúne a
cada 45 dias. Taxa Selic é uma média calculada diariamente pelo Banco Central através do
Sistema Selic, um sistema onde são registrados todos os títulos públicos, uma das formas de
garantia de empréstimos entre instituições bancárias. O CDI é outra forma de garantia por
empréstimo entre bancos só que é um título privado.
Vamos nos aprofundar um pouco a respeito:
Taxa Meta Selic
A Taxa meta Selic é a taxa oficial de juros do Brasil, é também conhecida como Taxa Básica de
Juros, e assim como em todos os países do mundo, ela é criada pelo Banco Central respectivo
de cada país, no nosso caso, Banco Central do Brasil (BCB).
Essa taxa foi criada em 4 de março de 1999 e ela é definida pelo COPOM (Comitê de Política
Monetária), formado por 8 diretores do Banco Central, que se reúne a cada 45 dias. Ela é a
taxa responsável por ajudar a controlar a inflação: Quando a inflação sobe, a taxa Meta Selic
sobe junto, na expectativa de transformar mais caro a prestação que pagamos pelas
mercadorias e transformar mais caro a emissão de dívidas das empresas. Dinheiro mais caro,
resulta em dinheiro raro. Dessa forma, as empresas são obrigadas a diminuir o valor de suas
mercadorias.
Em 2012 o governo mudou a regra da Caderneta de Poupança estabelecendo que se a Taxa
Meta Selic estiver igual ou menor que 8,5% a.a., a Poupança irá render 70% da Meta Selic. Com
isso, é possível mensurar o retorno atual da Poupança em relação a outros investimentos
disponíveis na Renda Fixa.
Taxa Selic
Embora com nomes praticamente iguais, o que pode causar confusão, a Taxa Selic não é o
mesmo que Taxa Meta Selic. A taxa Selic é definida pelo empréstimo entre instituições
financeiro. Para facilitar vamos criar um cenário:
Imagine que um banco está precisando de um empréstimo para um investimento. Para isso,
ele vai até outro banco e pede esse empréstimo (sim, essas conversas entre bancos são
normais), a garantia disso será um título emitido pelo Tesouro Nacional. Como é um título
público, esse título é obrigado a ser registrado no Sistema Selic, um sistema usado pelo Banco
Central, que controla todas as emissões de títulos públicos que envolvam Bancos, Corretoras
ou Distribuidoras de Capital. Estes títulos são registrados com vencimento de um dia e no final
de cada dia o Banco Central faz uma média e essa média se transforma na Taxa Selic que
estará valendo até a cotação no próximo dia.
Em 2013 houve uma alteração, onde se definiu que a Taxa Selic vale Taxa Meta Selic menos
0,10. Se a taxa Meta Selic vale 5%, a Taxa Selic valerá 4,90%. Não um porquê exato deste valor
padrão de 0,10; é um acordo de cavalheiro dentro do setor bancário e segue assim desde
então.
E aos olhos do Investidor?
Aos olhos do Investidor, essas informações trazem o seguinte contexto: Em 2017 houve
mudança na Política Monetária da Taxa Meta Selic, trazendo a Taxa de 14% a.a. para 2% a.a.,
mantendo – se abaixo de 8,5% desde o final do ano de 2017. Dessa forma, desde começo de
2018 a Poupança rende apenas 70% da Taxa Meta Selic.
Existe um produto dentro do Mercado de Renda Fixa que é definido em cima da Taxa Selic e se
chama Tesouro Selic. Esse produto traz retornos totais em relação a Taxa Selic, tornando-o um
investimento melhor que a poupança, pois ele trará apenas 0,10 abaixo da Taxa Meta Selic
enquanto a poupança trará 70% da mesma Meta
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