Análise Técnica: Do gráfico até os Indicadores

Análise Técnica

História da Análise Técnica

A análise técnica tem como origem a análise gráfica (também conhecida como Chartismo ou Análise Técnica Purista), que consiste na tomada de decisão utilizando apenas o comportamento dos preços e suas oscilações e se baseia no estudo de figuras e padrões gráficos. Com o passar dos anos e o avanço da tecnologia foi possível inserir estudos matemáticos e Indicadores que agregam para uma análise muito mais técnica e robusta, e disto nasce a Análise Técnica. Ambas levam em consideração três premissas básicas:

  • Padrões que ocorreram no passado podem se repetir no futuro
  • O preço se comporta em tendências
  • Os preços descontam tudo

Este tipo de leitura de mercado surgiu nos meados dos anos 1750, com um japonês chamado Munehisa Homma que operava o mercado de arroz (uma commodity amplamente comercializada no Japão até os dias de hoje). Boatos dizem que ele realizou mais de 100 operações vitoriosas consecutivas, momento em que escreveu alguns livros que descreviam suas experiências, aprendizagens e conceitos a respeito da técnica dos castiçais de vela (candlesticks). Embora tenha sido criada no Oriente, no ocidente existem duas figuras de suma importância para a Análise Gráfica e Técnica:

Charles Henry Dow

Teve uma presença e influência muito grande no mercado financeiro norte americano. Além de ser considerado o pai da Análise Técnica, criador da chamada Teoria de Dow, também foi fundador do The Wall Street Journal que é, até hoje, um dos mais consagrados jornais de economia do mundo e cofundador. Além disso, foi ele quem inventou, em 1896, o Dow Jones Industrial Average, Índice de suma importância até os dias de hoje.

A Teoria de Dow segue alguns pontos básicos, respeitados até hoje na Análise Técnica:

  1. Os índices descontam tudo
  2. Os mercados se movem em tendências
  3. Princípio da Confirmação
  4. Volume Convergente
  5. Cálculos de Médias são feitos pelo preço de fechamento

Ralph Nelson Elliot

Foi um contador norte-americano, famoso pelas Ondas de Elliot. Sua teoria diz que o mercado se move em ondas, em um ritmo repetitivo, com cinco ondas de avanço na tendência primária e três ondas de correção. De acordo com o gráfico abaixo é possível perceber que as ondas 1 3 e 5 puxam a tendência primária enquanto as ondas 2 e 4 são responsáveis pela correção dessas ondas. No fim desse ciclo, se inicia uma correção maior, onde a onda A e C são responsáveis pela tendência secundária de correção e a onda B por corrigir o movimento dessas ondas.

Elementos e Conceitos

Tipos de Gráfico

Gráfico de Linha

Embora seja o gráfico mais conhecido pelas pessoas em geral, por estar continuamente presente em noticiário, jornais e informativos, ele mostra apenas o preço de fechamento do preço, o que elimina a possibilidade de usá-lo para ter maiores informações.

Gráfico de Barra

Gráficos bastante utilizado nos Estados Unidos, tem muita semelhança com o gráfico de Candlesticks a respeito das informações disponíveis. Nele é possível verificar o preço de Abertura e Fechamento, além do preço máximo e mínimo atingido no período utilizado para cada Barra. Como visto na figura abaixo, o preço máximo e preço mínimo são os pontos extremo da barra, enquanto o preço de abertura sempre ficará do lado esquerdo da barra enquanto o preço de fechamento ficará do lado esquerdo da barra.

Gráfico de Candlesticks

Atualmente, é o gráfico mais utilizado para a Análise Gráfica e Técnica, devido a praticidade que seu formato visual traz para o Analista. Traz as mesmas informações do gráfico de barra: Abertura, fechamento, preço máximo e preço mínimo. Porém, diferente do gráfico de barra, o candle preenche o intervalo entre a abertura e o fechamento do preço. Caso o fechamento seja superior a abertura o candlestick será preenchido, geralmente, pela cor verde ou branca, indicando um movimento altista. Caso o fechamento do preço seja inferior ao preço de abertura do candle, o espaço será preenchido pela cor vermelha ou preta, indicando um preço baixista.

 

Periodicidade Gráfica

Cada candle ou barra em um gráfico representa um intervalo de tempo, um período. Essa periodicidade é decidida pelo tipo de operação que será feita. Operações de Day Trade utilizam tempos gráficos curtos, onde os mais usados são: 1 minuto, 5 minutos, 15 minutos e 60 minutos. Para Operações que não terminam no mesmo dia são usados períodos gráficos maiores como diário, semanal e mensal.

Conceitos da Análise Gráfica

Suporte

Determinado nível de preço onde há uma força compradora elevada, dando sustentação ao preço, podendo ser uma oportunidade de preço, devido a dificuldade do ativo de perder aquele nível de preço.

Resistência

Em oposto ao Suporte, é um determinado nível de preço onde o mercado encontra uma força vendedora mais forte, fazendo com que o mercado tenha dificuldade de romper respectivo nível de preço.

Canal de alta

Diretamente conectado as Ondas de Elliot e a Teoria de Dow, é uma oscilação que respeita topos e fundos ascendentes, ou seja, o topo atual sempre maior que o anterior assim como o fundo atual sempre superior ao fundo anterior.

Canal de baixa

É o oposto do canal de alta, onde o preço respeita uma onda de topos e fundos descendentes, ou seja, o fundo atual sempre mais baixo que o fundo anterior e o topo atual sempre inferior ao topo anterior.

Linha de Tendência de Alta

Similar ao canal de alta, porém os níveis superiores do preço não seguem com uniformidade. Entretanto os fundos atuais sempre estarão mais altos que os fundos anteriores.

Linha de Tendência de Baixa

Os níveis inferiores não seguem uma uniformidade, entretanto os topos atuais sempre estarão mais baixos que os topos anteriores.

Conceitos da Análise Técnica

Utiliza todos os conceitos e elementos da Análise Gráfica, consiste na análise através de cálculos matemáticos que se repetem ao longo de X período e condições, dessa forma dando origem aos Indicadores extraídos do comportamento do preço e volume de compra e venda. Cada vez mais disseminada, a análise técnica não leva em consideração notícias, projeções de safras etc. pois desde a Teoria de Dow já se afirma que o preço desconta tudo.

Existem, hoje, diversos Indicadores diferentes dentro da Análise Técnica, cada um trazendo uma funcionalidade e informação diferente. Porém, há alguns mais clássicos, como:

Medias Móveis

São utilizadas para ter uma clareza maior a respeito dos movimentos do preço. Elas mostram o valor médio de uma amostra de um determinado período, por exemplo: Média móvel de 15 períodos do gráfico diário mostra o valor médio do preço dos últimos 15 dias.

Volume Financeiro

Como o próprio nome diz, é um indicador que representa o montante financeiro em determinado período gráfico. Ele mede o volume de cada Candlestick ou barra do gráfico.

Índice de Força Relativa (IFR)

É um dos índices mais famosos da Análise Técnica. É um oscilador que busca mensurar a força compradora e vendedora no intervalo de 14 períodos, estes períodos sendo de escolha do operador, podendo ser de 5 minutos, 60 minutos, diário. O IFR varia de 0 a 100, quanto mais perto de 100 mais sobre comprado o mercado está podendo entrar uma força vendedora e quanto mais perto de 0 mais sobre vendido está, podendo entrar uma força compradora.

Bandas de Bohlinger

Podemos compará-lo a uma estrada, onde a média é o centro das estradas e as bandas de Bohlinger são os acostamentos. Toda vez que o preço se descola da média e ultrapassa esse acostamento, segundo o Indicador, a tendência é que o preço volte para dentro da estrada em direção ao centro que é a média do Indicador.

Tipos de Operação

A Análise Técnica hoje é usada para diversos fatores, podendo ser desde a leitura de um ativo, para entender sua tendência e seu preço e alguma outra informação fornecida por Indicadores, quanto para montar estratégias de operações especulativas, conhecidas como Trade. Abaixo vamos falar sobre:

 Scalping

Operações rápidas, feitas geralmente no período gráfico de 1 ou 2 minutos, consiste em especular pequenos movimentos, porém explosivos com alvos curtos mas que, em média, abrange um retorno igual ao risco da operação. Muito utilizado em rompimentos de suportes e resistências.

Day Trade

Operações feitas durante o período Intraday, podendo durar 5 minutos até algumas horas. São utilizados tempos gráficos de 5 e 15 minutos, podendo chegar a 60 minutos. São operações que buscam capturar movimentos dentro da tendência daquele dia. Tende a ser uma operação mais difícil para mercados lateralizados, pois estes tendem a apresentar muitos falsos rompimentos e continuações de tendência.

Swing Trade

Operações feitas em intervalos de 2 a 7 dias, no máximo 10 dias e buscam capturar movimentos dentro da tendência macro do ativo. Por ser uma posição que fica aberta além do mercado Intraday, é muito mais usada no mercado à vista, tendo em vista que o Mercado Futuro conta com ajuste o que impacta diretamente nas operações fora do Intraday (clique aqui para saber mais).

Position Trade

São posições muito longas, que tendem durar de 2 a 6 meses, geralmente utilizando o tempo gráfico semanal ou até mesmo mensal. Nesse tipo de operações é muito usual utilizar a Análise Fundamentalista em conjunto, devido ao risco existente em uma operação aberta durante tempo. Esse tipo de operação é muito estudada antes de ser aberta mas depois de feita, tende a ser esquecida pelo operador para diminuição da ansiedade pois movimentos curtos não interessam ao Operador, sendo modificada apenas para ajustes de stop caso o operador julgue necessário.

Há muitos outros conceitos e elementos dentro das Técnicas expostas nesse texto, então estude o máximo que puder e tenha claro que nenhuma técnica (seja ela Análise Técnica, Análise Fundamentalista, Leitura de Fluxo) é mais efetiva que um Gerenciamento de Risco bem feito e adequado a sua realidade.

Conheça mais sobre Análise Técnica nesse link.

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Gustavo Barbosa

Gustavo Barbosa

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